A quem pertence a bandeira ambiental?

Postado por guZZ

O ambientalismo não é ser “amigo” do meio Ambiente, não é só plantar árvores ou falar de aquecimento global. É uma postura política e como tal deve ter coerência.

Hoje já parece haver consenso de que não há solução para a crise ambiental que não passe por uma solução para as questões sociais. O grau de destruição ambiental que vivemos hoje é uma conseqüência de nosso modo de vida, ou seja, uma conseqüência direta da organização social da nossa sociedade.

E que sociedade é esta? É a sociedade ocidental pós-revolução industrial, capitalista ou comunista. O valor ambiental passou ao largo das principais decisões políticas do século XIX e XX.

Está claro que é pela a mesma razão que existe desigualdade, pobreza e autoritarismo; que existe destruição ambiental. O desrespeito ao Meio Ambiente e as leis ambientais tem origem no mesmo desrespeito aos direitos individuais, a mesma origem da corrupção e da opressão.

Não é possível acreditar em preservação ambiental sem democracia. Hoje os fatores que ameaçam a democracia brasileira e de outros países - o capital nacional e estrangeiro predatório, as oligarquias tradicionais e as máfias organizadas que parasitam nosso Estado - são os mesmos fatores que impedem o avanço social e também a preservação ambiental.

Ora, alguns podem dizer que já virou lugar comum a noção de desenvolvimento social e ambiental juntos. Porém qual é o verdadeiro significado desta afirmação?

A solução dos problemas sociais só pode vir da esquerda, pois passa pelo fim da pobreza, pelo maior controle do capital, pela abertura do Estado ao controle da sociedade, pela horizontalizarão da democracia e pela garantia dos direitos humanos. E é a não solução destas questões que acarreta na crise ambiental.

A crise ambiental é uma conseqüência da crise social.O modo de vida e os valores que geram a degradação ambiental são os mesmos que geram a exclusão social.

Qualquer solução ambiental que não passe pelo social reafirmará uma sociedade elitizada onde uma elite vive sustentavelmente enquanto o resto é excluído deste modo de vida, ficando na pobreza sem consumir e sem sobrecarregar o Meio Ambiente como conseqüência. Esta seria apenas uma solução temporária, pois esta sociedade entraria em colapso.

Da mesma maneira, qualquer compromisso que mude os valores da sociedade capitalista deve necessariamente passar por uma profunda transformação das formas de organização social. E é esta transformação que deverá buscar uma sociedade democrática, igualitária e ambientalmente segura.

Logo, a única conclusão que podemos chegar é que não existe ambientalismo verdadeiro fora da esquerda, pois nenhum “ambientalista da direita” poderia se comprometer com a solução social necessária para viabilizar a solução ambiental.

Ser ambientalista é ser de esquerda!

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